“Todos os vossos atos sejam feitos em amor” (1 Coríntios 16.14)
A verdadeira fraternidade é a comunhão dos santos na qual todos somos irmãos e irmãs, tão chegados que seria difícil imaginar outra igual. Essa é a mais nobre fraternidade, aquela que supera todas as demais, a exemplo do ouro que supera o cobre ou o chumbo. Pois ali há um batismo, um Cristo, um sacramento, uma ceia, um evangelho, uma fé, um Espírito, um corpo espiritual, e cada um é membro do outro. Nenhuma outra fraternidade é tão profunda e íntima. Talvez você pergunte: “De que me adianta essa fraternidade, se ela não me oferece algo especial?” Resposta: sirva a comunidade e as outras pessoas como convém ao amor, e você terá a recompensa desse amor sem qualquer procura ou desejo de sua parte. Agora, se o serviço e a recompensa do amor forem pequenos, isso é sinal de que você não tem a fraternidade correta. O amor serve sem esperar nada em troca, razão por que Deus livremente lhe retribui todo o bem. Uma vez que, para ser agradável a Deus, tudo deve ser feito em amor, também a fraternidade deve estar no amor. Mas o que é feito em amor é de natureza tal que não procura seus interesses ou algum benefício pessoal, e sim, o dos outros, de modo especial, o da comunidade.
Martin Lutero.
(Devocionário Castelo Forte, 1983, dia 12 de outubro. Veja o mesmo texto também na Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero, Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.)